Viajo porque preciso volto porque te amo

José Renato, geólogo, 35 anos, é enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar todo o Sertão; região semi-desértica, isolada, situada no Nordeste do Brasil. O objetivo de sua pesquisa é avaliar o possível percurso de um canal que será construído a partir do desvio das águas do único rio caudaloso da região. Para muitos dos habitantes da região, o canal será uma solução, uma possibilidade de futuro, de esperança. Mas, para aqueles que moram em áreas por onde fisicamente o canal passará, ele significa desapropriação, partida, perda. Muitas dos lugares por onde José Renato passa, serão submersas; muitas das pessoas e famílias que ele encontra, serão removidas. No decorrer da viagem, nos damos conta que há algo de comum entre José Renato e os lugares por onde ele passa: o vazio, uma certa sensação de abandono, de isolamento. Aos poucos, descobrimos que ele também acabou de ser abandonado pela sua companheira. O desolamento da paisagem parece ecoar em José Renato e a viagem vai ficando cada vez mais difícil. A pesquisa geológica vai sendo contaminada pela sensação de desamparo, pela saudade incessante da ex-mulher, por uma vontade de voltar pra casa. Mas, ele decide ir em frente, seguir viagem, na esperança que a travessia transmute seus sentimentos. Assim como um astronauta depois de atravessar o espaço sideral, assim como um marinheiro depois de cruzar um oceano – para José Renato, nada mais será como antes.
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